História da Escultura (1)

Para acompanhar nossa primeira postagem sobre a conservação e restauração de uma escultura, decidimos fazer um pequeno resumo da história da escultura. Nesta primeira parte, versaremos sobre a escultura do período antes de Cristo. Outras postagens sobre a história da escultura em outras épocas poderão ser encontradas na categoria “Periódicos de Arte e História”.

Introdução

O relato cronológico das origens e da evolução da arte tridimensional é tão vasto que ocuparia inúmeros volumes, senão uma biblioteca inteira de livros; Assim, parte da história acaba inevitavelmente omitida; A história da escultura está repleta de artistas extraordinários, em sua maioria, contudo, anônimos, cuja expressividade visual permanece imortal na forma de estátuas e relevos executados a partir dos mais diferenciados materiais.

Breve Cronologia da História da Escultura (período anterior a Cristo) 

Escultura Pré-Histórica – Inicia-se na Idade da Pedra, não sendo possível determinar com exatidão o seu início. Como formas ditas pré-esculturais podemos citar duas efígies de pedra primitivas: a “Vênus de Berekhat Ram”e a “Vênus de Tan-Tan”. As mais antigas esculturas pré-históricas propriamente ditas já encontradas (35.000 anos a.C.) possuíam a forma de animais e pássaros. Outra modalidade de escultura da Idade da Pedra são as famosas estatuetas em miniatura, as “Vênus obesas”: “Vênus de Willendorf”, “Kostenky”, Monpazier”, dentre outras. Os materiais utilizados eram os mais diversos, tais como: ossos de mamute, argila, cinzas de ossos, vários tipos de pedras e até mesmo rochas vulcânicas. Escultura Mesolítica (10.000 a 4.000 a.C.) – Período que testemunhou maior quantidade de baixos-relevos e esculturas em pé sem apoio. Também testemunhou a criação do “Ídolo de Shigir” (7.500 a.C.), tido como o mais antigo sobrevivente da escultura em madeira do mundo. Considerada a maior obra do Mesolítico temos uma escultura em terracota conhecida como o “Pensador de Cernavoda”, representação inconfundível do pensamento cognitivo. Escultura Neolítica (4.000 a 2.000 a.C.) – A arte deste período é marcada pela sua cerâmica, esculturas em pé sem apoio e pela utilização do bronze. Destaques para a arte da Civilização do Vale (norte do Cáucaso) e da Civilização Pré-Colombiana nas Américas. A arte egípcia também é destaque devido à alta demanda por câmaras mortuárias que levou ao aumento da procura por vários tipos de relevo, estátuas e estatuetas portáteis. Com o advento da Idade do Bronze (Europa: 3.000 a 1.200 a.C.), somado ao surgimento das cidades e edifícios públicos, bem como ao desenvolvimento de ferramentas mais sofisticadas, houve um aumento geral na demanda por todos os tipos de arte, incluindo as esculturas. Para mais informações sobre a arte nos períodos Neolítico e Paleolítico, clique aqui e confira o Post “Estudo da arte nos períodos Paleolítico e Neolítico: compêndio de informações colhidas da internet e livros de arte” Escultura Mediterrânea Oriental (2.000 a 1.100 a.C.) – Ascensão da cultura minóica, na Ilha de Creta, principalmente por sua escultura e serralheria. Escultura do Extremo Oriente (1.700 a 1.000 a.C.) – Destaque para a arte chinesa durante a Dinastia Shang (1.600 a 1.050 a.C.), escultura com linhas bastante diferentes da produção ocidental. Escultura da Antiguidade Clássica (1.100 a 100 a.C.) – A escultura grega começa somente a se destacar a partir do Período Arcaico (650 a 500 a.C.). Escultura Grega Arcaica (600 a 500 a.C.) – Época de experimentação lenta e contínua; a forma mais valorizada era o nu masculino. Escultura Grega Clássica (500 a 323 a.C.) – Período dividido em “Precoce”, “Alto” e “Tardio”. Foi o ápice da criatividade grega. O nível de realismo dos escultores gregos famosos permaneceria insuperável até o Renascimento italiano. Artista expoente é Phidias e seu trabalho ainda pode ser visto no Parthenon. Escultura Grega Helenística (323 a 27 a.C.) – Disseminação da cultura grega por todo o mundo civilizado. O realismo clássico foi substituído por um maior heroísmo e expressionismo. Os romanos não obtiveram sucesso em superar seu sentimento de inferioridade em relação à arte grega, porém é por meio das cópias romanas que atualmente a escultura grega é conhecida. A verdadeira influência da cultura helenística ocorreu entre 1.600 – 1.700, quando é redescoberta por artistas da Renascença italiana, tornando-se base da arte europeia nos quatro séculos seguintes. Escultura Celta de Metal (400 a 100 a.C.) – Tribos nômades que surgiram a partir do Cáucaso por volta de 800 a.C. e que se espalhou pela Europa (600 a 100 a.C.) – Península Ibérica, Grã-Bretanha e Irlanda. Eram exímios ferreiros e mestres na ourivesaria, porém não tinham como competir com o Estado altamente disciplinado e centralizado de Roma. A metalurgia celta possui alguns dos melhores exemplares da escultura em metal deste período; seus intricados projetos de serralheria foram exportados e imitados mundo a fora. Escultura Romana (200 a.C. a 200 d.C.) – Marcada principalmente pelo caráter heroico, projetada principalmente para expressar a majestade e poder do governo romano. Possui uma série de magníficos relevos históricos (baixos-relevos em espiral da “Coluna de Trajano” e monumentos raros). Os escultores romanos foram largamente empregados na confecção de bustos de imperadores romanos e outros dignitários.

(Fonte: http://www.visual-arts-cork.com/sculpture-history.htm)