Djanira

"É o homem que trabalha, o homem que produz, pescando, moendo farinha, colhendo cana, chá, mate, café. É o Brasil, o Brasil de outrora, o campo, as casas coloniais, as montanhas, a paisagem. Esse é o mundo de Djanira. Sua pintura é consequência do que a artista vê. O cenário que a cerca é sempre um tema: foi assim que visitou os índios canelas, no interior do Maranhão, e percorreu o Brasil de norte a sul, para desvendar-lhe os diferentes aspectos. (...) Em 1942, quando apresentou seus primeiros trabalhos, mostrava sua vocação pelo passado e pela província. Contudo, até 1950, foram as crianças, numerosas e contornadas por um traço escuro, que dominaram suas telas. Gradativamente o traço do contorno foi desaparecendo, juntamente com os volumes. A pintura tornou-se chapada, de cores vivas e distribuídas em campos bem determinados. (...) A obra de Djanira representa uma maneira sincera de ver e de sentir que marca profundamente a arte brasileira." (A pintura no Brasil. Abril Cultural. São Paulo, 1981)