Introdução

Apesar da diversidade encontrada no Cemitério da Consolação – encontra-se até mesmo túmulo decorado com esfinge – procurou-se buscar os signos comuns empregados na arte funerária católica, visto que esta necrópole, inicialmente, foi assim concebida.

Entretanto, não há como ignorar a diversidade ali, da mesma maneira, presente. Isto porque, tendo sido o Cemitério da Consolação escolhido corno objeto de estudo a ilustrar a arte funerária, excluir o inusitado – a esfinge, a cópia de uma catedral gótica, as manifestações de “art-nouveau”, o “adeus” dos apaixonados, as lendas gregas, e etc. – seria o mesmo que desconhecer sua arte.

Tarefa inacabada consistir-se-ia não se atentar para a opulência de seus jazigos, para as personalidades nele sepultadas e para a infinidade de obras criadas por artistas de grande renome. Afinal, quando de sua inauguração, foi, inegavelmente, local destinado não somente às lamentações, mas também à ostentação, reflexo de uma cidade em processo de crescimento voraz.

Assim, na tentava de contemplar o multifacetado Cemitério da Consolação, o presente trabalho de pesquisa encontra-se dividido da maneira que segue: Introdução, O Sentido da Morte, A Morte na Visão das Religiões, Breve Histórico do Cemitério da Consolação, A Simbologia Tumular, O Cemitério da Consolação e sua Arte Tumular.

I. O Sentido da Morte

A morte é um fato presente em qualquer sociedade, sendo obrigatório a todo grupo ter um modo de lidar com ela.

Responder o que é a morte (afora a explicação biológica) conduz a uma discussão que envolve valores culturais e religiosos pessoais.

Desde 1951, ano que o livro de Edgar Morin, “O Homem e a Morte”, foi editado, não existia realmente, nem história e tampouco sociologia da morte, surgiu assim uma nova literatura não mais geral, e sim especializada.

II. A Morte na Visão das Religiões

II. I. Religiões Cristãs

II. II. I. Catolicismo

A morte é vista como passagem; a porta de entrada para a ressurreição. Todos serão ressuscitados porque Cristo é quem livra as pessoas do pecado, mas não existe reencarnação. Corpo e alma são uma coisa só. Ritualmente, vela-se com orações e o padre encomenda a alma.

II. I. II. Protestantismo

A morte é um período de transição para a outra vida. Reencarnação não existe. Acredita-se em nova vida em comunhão com Deus. O ritual consiste em velório e enterro.

II. II. Religiões não Cristãs

II. II. I. Espiritismo

A morte não existe, pois se acredita na eternidade do espírito. Acredita-se que, quando o corpo morre, o espírito desliga-se e fica em outro plano, estudando e preparando-se para a reencarnação. O ritual consiste em corpo velado, enterrado ou cremado. As preces ajudam o caminho para o mundo espiritual.

II. II. II. Judaísmo

A morte é o fim do corpo material. Aprende-se desde cedo feita de mudanças. Existe outro mundo (chamado “clam haba” para onde as almas vão; frise-se: acreditam que a alma pode voltar a Terra para completar sua missão).

O ritual funerário consiste em envolver o corpo em panos brancos, o caixão é fechado e rezam-se salmos.

II. II. III. Islamismo

A morte é a passagem desta vida para outra eterna, desde a infância aprende-se que tudo que começa tem um fim. Acreditam na ressurreição (“ya limul harx”), ou seja, quando soarem as trombetas pela primeira vez, Deus irá ressuscitar o anjo Israfil que tocará a trombeta pela segunda vez e ressuscitará todos os mortos (todos da forma que morreram e nus). O primeiro a levantar-se será o profeta Muhammad. Não acreditam na reencarnação.

Quando de seu ritual funerário, o corpo é lavado por familiares do mesmo sexo, envolto no “ihram”, colocado em caixão e levado, finalmente, à mesquita. A partir daí, apenas homens participam das preces e do enterro (o túmulo é marcado somente por um pequeno monte de terra).

II. II. IV. Hinduísmo

As etapas da vida de um hindu, como a morte, são marcadas pelo “samkara”, um rito de passagem que se destina a orientar a pessoa em sua próxima existência. Esta palavra refere-se ao ciclo da morte e do renascimento e provém do sânscrito.

Geralmente são cremados em urna pira aberta acesa pelo filho mais velho do falecido. Os ossos são jogados no rio Causes (preferencialmente) para purificar e libertar o espírito da pessoa.

II. II. V. Zen Budismo

A morte tem por significado a transformação do corpo em elementos básicos da natureza, mas a energia das ações e das palavras continua a repercutir na Terra por muito tempo.

A preparação é feita com meditação que possibilite a compreensão de que tudo é transitório e interligado. A palavra indicada para “reencarnação” é “renascimento”, acredita-se, pois, que um ser mais “verdadeiro” e “puro” retornará.

O ritual funerário consiste no emprego de flores, incensa, preces e os parentes vestem roupas de tonalidade escura.

III. Breve Histórico do Cemitério da Consolação

O início do século XIX sinalizou que estava por vir uma grande transformação nos costumes fúnebres urbanos no Brasil.

Em Carta Régia de 14 de janeiro de 1801, o príncipe regente ordenava que o governador da província de São Paulo escolhesse, em cada cidade, um terreno para construir um cemitério em local que, pela situação e distância da cidade, não fosse nocivo à saúde dos vivos.

Esta carta, no entanto, não produziu nenhum efeito no sentido da construção de cemitérios fora das cidades.

Contudo, a prática de sepultamentos nas igrejas era muito contestada por sanitaristas e médicos na segunda década de 1820. Influenciados pelas ideias positivistas e pelo iluminismo, estes homens letrados foram colaboradores em debates acalorados, defendendo o fim dos sepultamentos nas igrejas.

Por este motivo, em 1856, a Assembleia Legislativa Providencial de São Paulo aprovou o primeiro regulamento para os cemitérios da cidade, medida esta que provocou inúmeros protestos entre os praticantes do cristianismo arraigados aos hábitos da época, mas o regulamento passou a ser seguido.

Assim, em agosto de 1858, é criado o Cemitério Municipal depois chamado de “Cemitério da Consolação”. Sua localização, na época, era nos arrabaldes da cidade, condição esta que garantia a salubridade da área urbana, a qual corresponde hoje ao “centro velho” – Ruas Quinze de Novembro, Direita e São Bento.

Nos primeiros anos, ali eram sepultadas pessoas de todas as classes sociais, tais como: escravos, agregados, senhores, homens livres abastados e pobres, como também estrangeiros.

Assim, seguem dois registros referentes aos livros do Cemitério cia Consolação:

“Antonio – Escravo

Aos oito dias do mes de janeiro de 1863 foy sepultado no cemiterio monicipal no Quadro Geral sepultura n 29 o cadavel de Antonio fallecido hontem nesta Freguesia no Hospital de Caridade de Arehia com 60 anos de idade, criollo, filho de M. e sua mulher Antonia, Escravo da Snra. D. Maria Joanna Gavião pode ser sepultado no Semetrio Publico. S. Paulo 8 de janeiro de 1863. O Cura Marcelino F. Bueno. Nada mais constava a ditta guia, o Administrador Faria.”

“Marquesa de Santos

Aos 4 dias de nobro de 1867 foi sepultada no cemiterio monicipal na sepultura feito na rua larga do meio que sai da capella pa. O lado da cidade decendo o lado direito e sepultura n 3 nella esta sepultado o cadáver da Exma. Sra. Marquesa de Santos que morreu conforme o atestado seguinte: atesto que a exma sra. Marquesa de Santos morreu ontem as […] horas e meia da tarde de uma entereocolite. S. Paulo 4 de 9bro de 1867 G. Elis. Sepultou no cemiterio publico S. Paulo 4 9bro de 1867 o cuadejutor Pe. Joaquim Theodoro Arrego Tavares, Nada mais constava a ditta guia, o Administrador Faria”.

Após a virada do século, o perfil dos sepultados mudou, assim como se modificaram os hábitos da população, principalmente da elite paulista, a qual se evidenciava cidade.

A importância social e os relevantes serviços prestados à sociedade faziam com que as famílias da primeira década do século XX, mandassem construir uma “morada final” de grande evidencia e imponência, contratando construtores e escultores de renome, com formação da Europa, para que ornamentassem os túmulos destas ilustres personalidades.

De acordo com historiador Délio freire dos Santos, anteriormente a 1855, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo tinha o privilégio de providenciar os sepultamentos. Nesta época, os corpos eram depositados diretamente na sepultura. O costume de enterrar mortos em caixas de transporte surgiu, apenas, a partir de 1858.

Fato que impulsionou a construção do Cemitério da Consolação foi a epidemia de varíola, a qual provocou um número elevado de óbitos na cidade.

Assim, a Marquesa de Santos doou a área para a construção, como também mais quatro contos de réis a serem aplicadas na edificação de uma capela.

Como já mencionado, até 1893, era único existente na cidade, portanto recebia mortos das mais diferencias classes socias.

Com as inaugurações dos Cemitérios “da Quarta Parada”, em 1893, localizado no bairro do Brás, e “do Araça”, em 1897, inicia-se um processo de elitização e aristocracia que, aos poucos, toma conta do Cemitério da Consolação.

Em 1897, o industrial Antônio José de Melo encomendou na Europa um mausoléu que seria enviado em parte e montado aqui, parece ter sido o primeiro a ser construído no cemitério.

As obras, enfim, denotam todo um modo de viver de urna época.

Entre as famílias ricas, o turrado não era somente um local para abrigar seus mortos, consistia, pois, em uma forma de disputa pela maior opulência e pelo luxo, era a ostentação de seu poder e sua fortuna. O que fez do Cemitério da Consolação um verdadeiro museu a céu aberto permeado de obras de arte e túmulos de valor histórico relevante.

E por isso, por força de resolução de 28 de junho de 2005 publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em 4 de agosto de 2007, à página 32, o cemitério é tombado, com base na seguinte consideração:

“O Cemitério da Consolação foi inaugurado no dia 10 de julho de 1858, em conseqüência da promulgação, por D. Pedro 1, em 1828, da lei que obrigava as Câmaras Municipais a construírem cemitérios a céu aberto. Até então os sepultamentos eram executados nas regiões centrais das cidades, dentro e em torno das igrejas. Entre os primeiros enterramentos encontram-se muitos escravos e pobres. Com a fundação de outras cemitérios pela cidade, o da Consolação passou a abrigar jazigos das famílias abastadas de São Paulo que contrataram escultores e artesãos estrangeiros, principalmente italianos, entre os quais Victor Brecheret, Galileo Ernendabili, Bruno Giorgi, Maternc Giribaldi Nicola Rollo, Francisco Leopoldo e Silva. O pórtico de entrada, o necrotério, os muros de fechamento, a capela e possivelmente a administração e os sanitários – foram projetados por Ramos de Azevedo no ano de 1902.”

O tombamento inclui o Cemitério Protestante, construído em 1864, para os não católicos, e o Cemitério da Ordem Terceira do Carmo.

Abriga cerca de oito mil e quinhentos túmulos. A partir da data do tombamento, todas as intervenções a serem realizadas nos jazigos, especialmente no que tange às esculturas, deverão ser submetidas à aprovação do CONDEPHAAT.

Mudanças em seus traçados internos e equipamentos como capela, ossário e portal, projetados por Ramos de Azevedo, também deverão passar pelo crivo do conselho, haja vista sua representatividade da tipologia dos cemitérios construídos entre o final do século XIX e início do XX.

A Resolução aprovada protege, da rnesma maneira, a área que circunda o cemitério. Não sendo pertinentes anúncios, exceto as placas de utilidade pública, quando autorizadas pelo CONDEPHAAT.

Pretendeu-se, enfim, com o tombamento total da área, resguardar todos os aspectos culturais ali existentes.

V. A Simbologia Tumular

Na arte tumular, a simbologia é uma forma de representação de determinados contextos históricos, ideológicos, religiosos, sociais e econômicos em que a morte se torna um grande espetáculo da vida, representando, por meio de símbolos, a saudade, o amor, a tristeza, a nobreza, o respeito, a dor, a inocência, o arrependimento, a reflexão…

O símbolo tem a propriedade de sintetizar, em uma expressão simples e sensível, todas as influências do inconsciente e da consciência, bem corno das forças intuitivas e espirituais, presentes no interior de cada ser.

O símbolo é mais do que um sinal, pois transcende o significado e depende da interpretação que, por sua vez, depende de certa predisposição para ser interpretada.

A simbologia tumular está carregada de afetividade e dinamismo que harmonizam o ser vivente perante a morte, perpetuando a vida.

Entre os muitos túmulos, há sete ligados às lojas maçônicas e trazem símbolos pertinentes à Ordem, tais como:

Triângulo: representa a Santíssima Trindade.

Compasso: representa a retidão da vida.

Coluna: representa a vida.

Ampulheta: representa o tempo.

Globo com asas de coruja: representa a sabedoria.

Papoulas: representam o sono eterno.

Abelhas: simbolizam o trabalho.

Chamas voltadas para cima: representam a vida.

XP: Jesus Cristo.

Letras alfa e ômega: princípio (nascimento)/ fim (morte).

V. O Cemitério da Consolação e sua Arte Tumular

Estes túmulos ricamente ornamentados, ou rnesmo despojados, testemunham importantes acontecimentos da história social de São Paulo e do Brasil. Trazem a nosso conhecimento fatos acerca de personagens representativos da vida política e cultural, seus feitos e sua consequente repercussão na cidade.

Assim, no final do século XIX e início do XX, São Paulo vivência sua ‘Belle Époque” incentivada pelo lucro do café e a nascente elite paulistana que cultivava hábitos franceses.

Surge, dessa maneira, uma nova classe artística diferenciada – os escultores tumulares – que ao perpetuar a grandeza econômica da época deixaram verdadeiras obras de arte até hoje admiradas,

Os principais criadores da arte tumular paulistana e que possuem obras no Cemitério da Consolação são os que seguem:

Amadeo Zani (1869-1944), italiano, escultor e professor do Liceu de Arte e Ofícios (estudou em Paris e Roma).

Túmulo Cemitério da Consolação

Antelo del Debbio (1901-1971) radicou-se no Brasil em 1904. Estudou no Instituto de Belas Artes de São Paulo e na Scuola Dell’Arte Della Medaglia nas cidades de Roma e Lucca. Dedicou grande parte de sua profissão à arte funerária.

Túmulo Cemitério da Consolação

Túmulo Cemitério da Consolação

Celso Antônio Menezes (1896-1984) frequentou ateliês em Paris, brasileiro, recriava a figura humana com extraordinária força plástica, influenciado pela arte egípcia, tendia ao “monumental”

Túmulo Cemitério da Consolação

Elio de Giusto (1899-1935), escultor falecido prematuramente, suas criações mostram um Cristo bem brasileiro, com barba idêntica às usadas nossos caboclos e com pés e mãos gorda, ao invés de dedos finos e alongados como os italianos.

Túmulo Cemitério da Consolação

Francisco Leopoldo e silva (1879-7948), nascido em Taubaté, estudou em Roma, é autor de um nu feminino colocado na Consolação em 1922. Manteve um trabalho conservador e de acentuado lirismo.

Túmulo Cemitério da Consolação

Luigi Brizzolara (1868-1937) executou em bronze, vindos de Genova e implantados no Cemitério da Consolação, destacando-se o Mausoléu da Família Matarazzo, o mais alto e imponente da América Latina.

tumulo 8

Nicola Rollo, obra sobre o túmulo do Maestro Chiafarelli (professor e músico italiano radicado no Brasil), é majestosa, ocupando três terrenos, confeccionada em granito, tem escultura em bronze (1926), representando a musa doadora de prazeres, cujo despojamento de sua nudez torna mais intenso o sentido do choro e da dor, debruçada sobre o túmulo com as duas mãos no rosto, possuía duas tranças pendentes (quebradas e roubadas por vândalos). Aos pés, uma lira coo alegoria à música. A riqueza dos detalhes do bronze e dos diversos níveis do granito, faz desta obra uma das maiores representantes das arte tumular.

Túmulo Cemitério da Consolação

Nicola Rollo é também o autor do túmulo da família Trevisoli, trata-se a obra de uma lenda grega que mostra Orfeu (filho de Apolo e de Caliope e da ninfa Eurídice). O túmulo mostra Orfeu curvado e nu em um momento de dor e lamento, tangendo sua lira, com a qual enganava animais e plantas, tentando trazer de volta sua esposa (logo acima deitada em vestes finas). Na cena, a serpente sobre o corpo tem relação com a morte. O segmento possui alegorias de anjos (imagens do site http://eternity-art.blogspot.com.br/2009_01_archive.html)

Túmulo Cemitério da ConsolaçãoTúmulo Cemitério da Consolação

Materno Garibaldi (1907-1958), é autor de o Navio Imaginário, conjunto escultórico em granito marrom polido. O túmulo está situado no Cemitério da Consolação em São Paulo (imagens do site http://eternitycemetery.blogspot.com.br/2012/06/navio-imaginario.html)

Túmulo Cemitério da ConsolaçãoTúmulo Cemitério da Consolação

Rodolfo Bernardelli (1852-1913) foi escultor e professor, autor do túmulo da família Campos Sales, obra intitulada Armas da República.

Túmulo Cemitério da Consolação

Nicolina Vaz de Assis (1874-1941) é autora do Mausoléu do último Governador da Província de São Paulo o Sr. Couto de Magalhães – esta é tida como a primeira manifestação do estilo “art – nouveau” na cidade paulista representado por uma mulher envolta por um fino tecido, ostentando em sua destra uma bandeira.

Túmulo Cemitério da Consolação

Ramos de Azevedo (1851-1928), amigo do escultor Júlio Starace, elaborou o projeto do mausoléu para sua família, construindo em alvenaria e argamassa com marcante estilo e detalhes russos. Destaque para o portal sustentado por “mãos-francesas” e a porta em bronze. As paredes altas terminam numa decoração angular em forma de cruz A partir daí, ergue-se uma cúpula composta por dois gomos de estilo também russo. Ao nível do solo, duas paredes: uma decorada com alegorias tumulares e outra com guirlandas, simbolizando a vitória.

Túmulo Cemitério da Consolação

A pedido da família E. Siniscalghi, em 1913, a Marmoraria J. Savóia, especializada em construção de monumentos funerários, executou uma notável réplica de uma catedral gótica (ao estilo da me Milão). Toda em mármore carrara, mede 12,56m de altura e ocupa dois terrenos.

Túmulo Cemitério da Consolação

Túmulo da família Ferreira Mesquita, base em granito natural que suporta uma esfinge com motivos egípcios. Trabalho executado no local com autor desconhecido.

Túmulo Cemitério da Consolação

Referencia:

CHEVALIER e GHEERBRANT, Jean e Alain. Dicionário de Símbolos. José Olympio Editora, 24ª edição, 2008.

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