Escultura na Renascença Italiana (1.400 a 1.600) – A arte da Renascença Italiana foi baseada na “redescoberta” e na reverência às artes da Antiguidade Clássica, especialmente no âmbito da escultura e arquitetura. Este período também foi “colorido” por uma forte crença no Humanismo e na nobreza do homem. Inicia-se em Florença, inspirada por indivíduos como o arquiteto Filippo Brunelleschi (1377-1446), o escultor Donatello (1386-1466), o pintor Tommaso Masaccio e o teórico Leon Battista Albertoni (1404-1472), financiados pela Família Medici. Espalha-se por Roma – onde recebe apoio das ambições papais do Papa Sisto IV (1471-1484), do Papa Júlio II (1503-1513), do Papa Leão X (1513-1521) e do Papa Paulo III (1534-1545) – e também por Veneza. As artes no norte da Europa (Flandres, Holanda, Alemanha e Inglaterra) também passaram por um “renascimento”, particularmente na pintura a óleo, gravura e, em menor medida, na escultura em madeira, muito embora o dito Renascimento do Norte tenha se desenvolvido de uma forma um tanto quanto independente devido à Reforma (1520) e consequente falta de patrocínio religioso de uma igreja protestante que possuía uma visão sombria da pintura e escultura religiosas.

  • Escultura Renascentista (1.400 a 1.490) – Em virtude do respeito ao Renascimento italiano e a seus valores clássicos, é fácil esquecer que muitos artistas italianos foram fortemente influenciados pelas tradições góticas e pelo artesanato. Escultores renascentistas, em particular, ficaram em débito com seus antecessores góticos. Basta estudar os relevos em fachadas e portais em algumas catedrais para notar que um extraordinário realismo e emocionalismo tridimensional já estava sendo alcançado séculos antes do Renascimento. Uma grande diferença entre os escultores góticos e os renascentistas reside no fato de que estes últimos atualmente são mundialmente famosos, enquanto os primeiros são praticamente desconhecidos. Tendo isso em mente, pode-se afirmar que os escultores do início da Renascença buscaram melhorar ainda mais as obras góticas, levando em conta a inspiração clássica da escultura greco-romana. Ao fazerem isso, produziram esculturas detentoras de uma gama de emoções, imbuindo-lhes uma nova energia e um novo modo de pensar.

Guido Mazzoni_Compianto_Modena-side

Escultores de destaque: Lorenzo Ghiberti (1378-1455); Donato di Niccolo di Betto Bardi (Donatello); Andrea del Verrocchio (1435-1488); Jacopo della Quercia (1374-1438); Nanni di Banco (1386-1421); escultores de terracota: Luca Della Robbia (1400-1482); seu sobrinho Andrea Della Robia (1435-1525); Niccolo dell’Arca (1435-1494); Guido Mazzoni (1450-1518).

  • Lorenzo Ghibert – Em 1401, foi realizado um concurso para a realização de um par de portões de bronze para o Batistério de São João em Florença – uma das mais antigas igrejas da cidade. O artista ganhou a comissão para as portões e levou vinte e sete anos para termina-los. Uma segunda comissão seguiu-se, ocupando-o por mais vinte e cinco anos. Seus portões tornaram-se um símbolo tangível da arte florentina, com Michelangelo referindo-se a eles como os “Portões do Paraíso”.Lorenzo Ghibert - Batisterio de São João-side
  • Donatello – Considerado o primeiro grande gênio da escultura do Renascimento italiano, reinventou a forma da escultura muito à maneira que Masaccio, Piero dela Francesca e Mantegna revolucionaram a arte da pintura. Era capaz de investir em suas figuras um intenso realismo e emoção, sua obra-prima é a escultura de bronze de “David”(1435-53), a primeira escultura de um nu em tamanho natural desde a Antiguidade, a qual foi executada para a Família Medici para o Palácio Medici em Florença. A forma esguia do menino pastor bíblico parece dificilmente capaz da habilidade homicida necessária para matar Golias, mas tanto sua pose pensativa feminina com seu contraposto clássico (torção dos quadris) exercem um efeito hipnótico sobre seu espectador.
  • Andrea del Verrocchio – o “David” (1475) de Andrea del Verrocchio é mais refinado, porém menos intenso do que o de Donatello.
  • Escultura da Alta Renascença (1.490 a 1.530) – Michelangelo (1475-1564) é tido como o maior escultor renascentista italiano e, possivelmente, de todos os tempos. O historiador de arte Anthony Blunt, sobre as obras de Michelangelo como “Pieta” e “David”, menciona que possuem “uma qualidade sobre-humana”, mas também “um sentimento sombrio de inquietação… refletem a tragédia do destino humano”. Muitas das esculturas de mármore de Michelangelo possuem uma beleza impecável e polida que testemunham seu domínio técnico absoluto. No campo do nu heroico masculino ele continua a ser o expoente máximo.

Escultores de destaque: artista e arquiteto veneziano Jacopo Sansovino (1486-1570); Baccio Bandinelli (1493-1560).

Jacopo Sansovino-side

  • Escultura da Renascença do Norte (1.400 a 1.530) – No norte da Europa, a arte da escultura pode ser exemplificada, em particular, por dois artesãos impressionantes que elevaram a arte de esculpir em madeira a outros patamares: o escultor alemão Tilman Riemenschneider (1460-1531), conhecido por seus relevos e o entalhador Veit Stoss (1450-1533), famoso por seus retábulos delicados.

Escultores de destaque: Hans Multscher (1400-1467); Giorgio da Sebenico (1410-1473); Michel Colombe (1430-1512); Gregor Erhart (1460-1540).

(Fonte: http://www.visual-arts-cork.com/sculpture-history.htm)

(Fonte das imagens: http://www.wikipedia.org)

Para mais informações sobre a arte Renascentista, clique no link a seguir:

Inglaterra: Renascimento, Barroco e Rococó

Confira a 2ª parte do breve resumo sobre a história da escultura clicando no link a seguir:

Breve Cronologia da História da Escultura – início do período depois de Cristo à Escultura Gótica (parte 2)