• Escultura Maneirista (1.530 a 1.600) – Se o período do Alto Renascimento foi marcado por suas formas idealizadas da escultura figurativa, a escultura maneirista refletia o caos e a incerteza de uma Europa atormentada pela divisão religiosa e uma Roma ocupada por soldados franceses mercenários. Os escultores maneiristas introduziram uma nova expressividade em suas obras, como, por exemplo, na poderosa escultura “O Rapto das Sabinas” de Giambologna (1529-1608) e “Perseu” de Benvenuto Cellini (1500-1571). Vale também compará-las ao famoso reclino naturalista da estátua de mármore de “Santa Cecília” de Stefano Maderno (1576-1636) e à produção dos artistas Juan de Juni (1507-1577) que espalhou a Renascença pela Espanha, Alonso Berruguete (1486-1561) que introduziu o Maneirismo na Espanha e Francesco Primaticcio (1504-1570) que lançou o Maneirismo na França.

Escultores franceses de destaque: Jean Goujon (1510-68); Germain Pilon (1529-1590); Barthelemy Prieur (1536-1611); Adrien de Vries (1560-1626).

Giambologna - O Rapto da Sabina

  • Escultura Barroca (1.600 a 1.700) – Durante o final do século XVI, em resposta à Reforma Protestante, a Igreja Católica contra atacou com a sua Contrarreforma. Esta era uma campanha de propaganda, destinada a convencer os fiéis a voltar para a “verdadeira” Igreja, que empregou todo um escudo revestido pelas artes visuais, incluindo a arquitetura, escultura e pintura, associando-se a uma expressão mais grandiosa e dramática conhecida como arte barroca. Por consequência, adveio um imenso patrocínio para os artistas e, por conseguinte, aos escultores. A Praça de São Bento, em Roma, foi remodelada, a fim de impressionar os visitantes. O gênio arquiteto/escultor Bernini (1598-1680) projetou uma série de colunas que levavam à catedral, dando a impressão para os visitantes que estavam sendo “abraçados” pela Igreja Católica.

Bernini - O Rapto de Proserpina - Galleria Borghese, Rome

  • Bernini é considerado o maior de todos os escultores barrocos. Depois de trabalhar para o cardeal Scipione Borghese, tornou-se o escultor mestre para o Papa Urbano VIII. Atraído por um naturalismo dramático que é chamado de barroco helenístico, a contribuição singular de Bernini foi criar obras-primas com efeitos ilusionistas sensacionais, até hoje só atingidos pelos pintores. Tratava os materiais árduos da escultura como se fossem totalmente maleáveis. Sua técnica e composição esculturais eram tão impressionantes que Bernini atraiu não raras críticas de rivais invejosos. O principal rival de Bernini era Alessandro Algardi (1598-1654), o escultor favorito do Papa Inocêncio X. Se Bernini sintetizou o naturalismo dramático grego, o estilo de Algardi era mais contido. Outro rival era o escultor flamengo Francois Duquesnoy (1594-1643), cujo estilo era totalmente clássico. Duquesnoy era uma figura sombria que trabalhou um estilo severo, sem emoção, mas que foi, no entanto, considerado por escritores acadêmicos por sua síntese perfeita da natureza e do antigo. As cortinas fluem elegantemente, seguindo a forma do corpo, enquanto que a figura está equilibrada em prefeita graça e repouso – o oposto completo do movimento dinâmico e sentimento intenso de Bernini. E escultura barroca francesa pode ser exemplificada por François Girardon (1628-1715), uma espécie de Algardi, e seu rival Antoine Coysevox (1640-1720), cujo estilo era mais solto, porém relativamente contido em comparação ao de Bernini, e Pierre Puget (1620-1694) que foi um dos únicos escultores a recapturar o imediatismo dos melhores trabalhos de Bernini.

Escultores de destaque: Juan Martinez Montañés (1568-1649); Alonso Cano (Granada, 1601-1667); Andreas Schlüter (1664-1714), considerado o maior escultor barroco do norte da Alemanha.

Pierre Puget - Perseus e Andromeda - Museu do Louvre

  • Escultura Rococó (1.700 a 1.789) – Basicamente trata-se da reação francesa à gravidade do Barroco, a arte em estilo Rococó inicia-se na corte francesa, no Palácio de Versalhes, antes de espalhar-se por toda a Europa. Se a escultura barroca era dramática e séria, o Rococó era todo “babados” e pouca substância, embora, não sendo na realidade um estilo tão diferente do Barroco, mas sim uma variação do estilo fruído por Bernini e seus contemporâneos. Mesmo assim, é possível enxergar qualidades na escultura com estilo Rococó: informalidade, alegria, preocupação com assuntos do coração que evita a seriedade consciente. O escultor de maior destaque da primeira metade do século XVIII foi Guillaume Coustou (1677-1746), Diretor da Academia Francesa de 1707, o qual deu continuidade à tendência barroca de seu tio Coysevox. Seu aluno, Edme Bouchardon (1698-1762), foi uma figura bem interessante, cuja sensibilidade pelo antigo o levou a antecipar uma tendência que seria mais tardia, o neoclassicismo.

Guillaume Coustou - Um dos cavalos de Marly - Museu do Louvre

  • Jean-Baptiste Pigalle (1714-1785), um dos favoritos de Madame de Pompadour, foi outro importante artista do estilo rococó, como era seu rival, Etienne-Maurice Falconet (1716-1791) que se especializou em figuras eróticas que possuem uma derivação tênue dos originais helenísticos. Sua obra-prima é o monumento “Cavaleiro de Bronze”, dedicado a Pedro “O Grande”, que se encontra em São Petesburgo. Na Inglaterra, os principais escultores dos séculos XVII e XVIII são: o classicista Michael Rysbrack (1694-1770); o teatral Louis François Roubiliac (1705-1762) e o eminente entalhador Grinling Gibbons (1648-1721). A escultura rococó alemã foi representada por Dresden Balthazar Permoser (1651-1732), por pequenos grupos de artesãos que trabalhavam nas igrejas católicas do sul da Alemanha e Ignaz Gunther (1725-1775), cujas esculturas figurativas possuem uma superfície dura, realista e policromada que lembram a escultura de madeira medieval alemã.

Ignaz Gunther - Maria Imaculada

Excêntrico e decadente, o Rococó foi varrido pela Revolução Francesa, dando lugar a um estilo mais duro: o Neoclassicismo.

  • Escultura Neoclássica (1.790 a 1.830) – Pode-se dizer que a arte neoclássica baseia-se na arte grega, mas com toque moderno – como na época gótica, este estilo foi dominado pela arquitetura. Exemplos de edifícios neoclássicos são: O Panteão (Paris), o Arco do Triunfo (Paris), o Portão de Brandemburgo (Berlim) e o Prédio do Capitólio (EUA). O Neoclassicismo deu ênfase às virtudes do heroico, do dever e da seriedade. Entre os grandes escultores neoclássicos estão: o austero e heroico Antonio Canova (1757-1822), o conturbado mestre do busto-retrato Franz Xaver Messerschmidt (1736-1783), o mais naturalista/realista Jean-Antoine Houdon (1741-1828), o mais despreocupado Claude Michel (1738-1814), e os escultores ingleses Joseph Nollekens (1737-1823), Thomas Bancos (1735-1805), John Flaxman (1755-1826) e Sir. Richard Westmacott (1775-1856). Somente mais tarde no século XVIII que surge um escultor digno de suceder Canova: o dinamarquês Bertel Thorwaldsen (1770-1844) que se aproximou do antigo com altivez embora com menor originalidade.

 Franz Xaver Messerschmidt - O Bocejo - Museo Nacional de Estocolmo

(Fonte: http://www.visual-arts-cork.com/sculpture-history.htm)

(Fonte das imagens: http://www.wikipedia.org)

Confira a 3ª parte do breve resumo sobre a história da escultura clicando no link a seguir:

Breve Cronologia da História da Escultura – período renascentista (parte 3)